QUEM SOMOS



A Associação Internacional Maylê Sara Kalí (AMSK/Brasil) não discute a riqueza, luta contra a pobreza para que ela não abra seus ramos e atinja o seu esplendor. O que nos incomoda é o empobrecimento, o enquadramento da cultura afundando num misticismo cada vez mais irresponsável e danoso.
Não somos as guardiãs da cultura e nem fazemos questão de ser. Apenas fornecemos linha e agulha para que a grande colcha de retalhos não deixe de ser costurada.
Quando a criação, a vontade de realizar, de ser e de sonhar morrem, perdemos mais do que imaginamos. Perdemos parte de nós mesmas.
Como se mata um povo? Destruindo sua herança, subjugando sua cultura, fingindo não ver, banalizando suas necessidades primárias, matando suas referências.
Nós nos juntamos às ilustres desconhecidas, mulheres comuns, como tantas que encontramos no caminho. Sara é mais uma santa desconhecida de cada dia, que pelo simples fato de compreender que era preciso fazer algo, fez.
Ela fez e faz parte de um seleto grupo de pessoas que mudaram o rumo da história. Abandonada pela igreja que santifica e adorada por toda uma nação, Sara resiste ao tempo, às guerras, às tiranias, à evolução alucinada e ao desrespeito. Sua proposta continua clara e objetiva: sobreviver física e emocionalmente, a fim de respeitar e ser respeitado. Sara se ergue como esteio de um povo, amiga e companheira em primeiro lugar, e assim voltamos ao velho tema: o reconhecimento entre nós mesmos, entre nós mesmas. O tempo de escutar, de ajudar, de compartilhar e de dividir, saber ser um no meio da multidão. Usar todos os sentidos que recebemos de graça e que fazem parte das características da humanidade.
Mais que santificada, Sara - uma mulher comum, dotada de senso político apurado, em pleno século I. Sara Kalí se ergue em meio aos mitos, contos, folclore e superstições permanecendo de pé. Marco de um povo, esteio de uma nação, amiga e companheira de todos os dias, horas e situações.
Não se combate a fome, a miséria, a pobreza, o descaso, a depressão de um dia para o outro, mas é preciso que se escolha um dia para deixar de se calar e começar a andar. Com Sara, ando Sara.

Nossa Homenagem a Maylê Fia

Dona Fia Vidal, Fundadora e Presidenta Honorária (in memoriam)

Durante sua vida se dedicou na defesa dos direitos da dignidade da pessoa humana, na luta cotidiana pela erradicação da pobreza e da miséria. Nos deixou um legado para continuidade de suas ações políticas e humanitárias.
A Associação Maylê Sara Kalí nasceu inspirada no seu exemplo de luta e segue seus ensinamentos descritos na Carta de Princípios transmitida por Maylê Fia e sintetiza o caráter, a postura e a ética, que deve permear as ações dos membros da organização. Por essas razões, a partir da fundação oficial da organização como pessoa jurídica de direito privado em janeiro de 2009, os nomes Maylê e Sara passaram a andar juntos e formaram o nome da associação.

CARTA DE PRINCÍPIOS DA AMSK/Brasil

1) “Tem rom de barraca, tem de casa e tem aqueles que não têm nem o que comer. Não importa. Cada um sabe o que passa. Escutem e ajudem”; Construir as agendas com os indivíduos, respeitando suas auto identificações, suas dificuldades e ampliando sua voz, independente do seu braço familiar e étnico.
2) “Nunca se esqueçam de onde vieram e para onde querem ir. Já houve destruição, intriga e conversa demais. Chega de um matar o outro, chega de fugir”. Não apoiar as redes de intriga, violências, separatismo e de maneira alguma construir agendas vexaminosas que possam ser usadas para a imposição de uma ou outra família. Também não promover a separação étnica ou religiosa.
3) “Aquele que esquece o passado, esquece o chão e o pior de tudo isso é a omissão. Não se calem, quem cala consente”. Não nos calar nas discussões que envolvem o fascismo, o Porrajmos ou Samudaripen e o nazismo, resgatando fatos e memórias no combate a romafobia e ao anticiganismo.
4) “São vocês que mandam. Tão vendo? Não tem nenhum homem aqui. Então somos nós, as mulheres, que vamos mandar, porque o lugar de uma Romí é aonde ela quiser estar”. Defender e valorizar as mulheres. Somente as mulheres ocupariam a presidência da associação. Mesmo sendo ela composta por mulheres e homens, romani e não romani, as mulheres romani estariam sempre no comando das principais atividades, projetos e cargos.
5) “Não tem nada pior nessa vida que a ingratidão. Vocês não podem cuspir no prato que comeram. Essa vergonha suja a alma”. Jamais ser ingratas e esquecer das trajetórias de vida que nos trouxeram até aqui. Somos um pedaço de cada um que passou em nossas vidas. Somos sobreviventes, somos descendentes, somos uma voz de resistência.
6) “Tem de ser Sara. Sofreu pobrezinha, contam que andou até rachar os pés, cuidou, alimentou e defendeu todos que paravam lá. Foi parteira também, uma mulher e tanto. Que me importa o que falam dela, o que precisam saber é que ela foi amiga e companheira de quem precisou. Foi a Rromí entre todas nós. Isso me basta”. Trabalhar em prol da dignidade da pessoa humana, da justiça e com compaixão, tendo o conhecimento como ferramenta da verdade e, como mulher, seguir o exemplo de vida de Sara.
7) E, por fim, lutar para “Que a miséria, a pobreza, o preconceito e a fome não sejam a herança do Povo Rom no Brasil e no mundo”.

NOSSA EQUIPE

A AMSK/Brasil é composta por profissionais, pertencentes e não pertencentes do Povo Romani - os chamados ciganos -, atuantes na defesa dos direitos humanos e comprometidos com a excelência nas realizações de suas atividades:
Elisa Costa, Fundadora e Presidenta. Bacharel em Ciências da Saúde Natural. Especialista em Fitoterapia. Defensora dos Direitos Humanos. Delegada/Membro da International Romani Union - IRU. Diretora Office IRU no Brasil. Fellow Ashoka.
Lucimara Cavalcante, Fundadora e Vice-Presidenta. Coordenadora do Projeto Kalinka. Pesquisadora e Professora de Danças Romani. Produtora cultural e empreendedorismo criativo. Msc Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais.
Marcia Vasconcelos, Fundadora e Assessoria Técnica. Msc Sociologia. Especialista em elaboração e gestão de projetos.
Ariadyne Acunha, Coordenadora do Projeto Amoras. Relações Internacionais. Gerenciamento de Projetos.
Anne Kellen Cerqueira, Coordenadora Programa Dosta/Basta. Representante da AMSK/Brasil em Alagoas. Educadora social. Pesquisadora e Professora de danças romani. Produtora cultural. Coordenadora do Leshjae Kumpanja. Discente em Biblioteconomia.
Elisabete Martinho, Coordenadora Projeto Sal da Terra. Representante da AMSK/Brasil no Rio de Janeiro. Pedagoga e Especialista em Altas Habilidades/Superdotação. Pós-graduada em Cultura Romani.
Maria de Fátima Marques, Diretora de Saúde Participativa. Psicóloga.
José Ruiter Cerqueira, Diretoria de Saúde Participativa/Coordenador da Saúde do Homem. Representante da AMSK/Brasil em Alagoas. Discente em Física. Pesquisador das músicas Romani. Produtor Cultural. Diretor do Leshjae Kumpanja.
Jamilly Acunha, Assessoria Técnica. Msc e PhD Antropologia.
Leda Oliveira, Conselheira da Comissão de Direitos Humanos. Representante da AMSK/Brasil na Bahia. Bacharel em Direito e Pós-graduada em Cultura Romani.
Priscila Paz Godoy, Conselheira da Comissão de Direitos Humanos. Msc Direitos Humanos e Cidadania. Advogada.
Sandra Candido, Conselheira da Comissão de Patrimônio Cultural - Danças Romani, Artesanato e Bens Culturais. Representante da AMSK/Brasil em São Paulo. Engenheira Florestal e Administradora. Coordenadora
Michel Kriston, Representante AMSK/Brasil na International Romani Union - IRU. Diretor de Cultura IRU - Brasil.